Comunicado Saúde

  • Imprimir

Autarcas do Médio Tejo reuniram extraordinariamente para analisar a intenção de constituir o grupo hospitalar do Ribatejo.

A CIM do Médio Tejo reuniu o seu Conselho Intermunicipal extraordinariamente no dia 15 de junho, para analisar a intenção do Governo de constituir o grupo hospitalar do Ribatejo.

A presente intenção foi transmitida em audiência solicitada pelo Secretário de Estado da Saúde, Manuel Ferreira Teixeira, que propôs a junção do Centro Hospitalar do Médio Tejo com o hospital de Santarém através da criação do Grupo Hospitalar do Ribatejo.

A CIM do Médio Tejo manifesta a sua apreensão relativamente ao modo como o processo está a ser conduzido e às pretensões da tutela, bem como às consequências para as populações dos territórios abrangidos.

Em primeiro lugar, a CIM do Médio Tejo solicita formalmente o acesso aos estudos contratados pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e que estão na base da proposta apresentada, para que se possam conhecer as implicações reais para as populações envolvidas.

Considera-se que uma mudança com o alcance e implicações consequentes da criação do Grupo Hospitalar do Ribatejo pode trazer, não deve ser feito à pressa e sob a pressão da proximidade das eleições legislativas.

Em segundo lugar, teme-se pelas implicações clínicas que esta mudança acarretará.

A dispersão ainda maior das especialidades só fragiliza ainda mais o serviço nacional de saúde no nosso território. A criação do Grupo Hospitalar do Ribatejo afasta potencialmente o centro de decisão na área da saúde relativamente ao nosso território, repetindo o efeito que a reforma da justiça implicou para o Médio Tejo, afastando as populações de um serviço público essencial.

Por outro lado, julgamos que a presente proposta em nada contribuirá para a proximidade com os cuidados de saúde primários. Pelo contrário, parece-nos que agravará a falta de articulação que hoje já se verifica. A CIM do Médio Tejo reafirma a necessidade de uma forte relação de proximidade com os serviços saúde, de todo incompatível com grandes distâncias a especialidades médicas básicas. As instituições hospitalares servem as populações e devem ser pensadas em função destas, em especial num distrito como o de Santarém que é um dos distritos mais extensos e que maiores distâncias podem implicar para os utentes e os profissionais.